quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A Rebeldia pelo Conhecimento

Ao longo do tempo, principalmente no decorrer do século XX, muitos jovens buscaram romper com seu meio social arregimentando-se contra o "sistema" e propondo modos de vida alternativos. Pintaram e rasparam os cabelos, usaram roupas rasgadas, pregaram o amor livre, fizeram uso de drogas as mais variadas, incitaram atos de violência, chocaram de todas as formas, etc. Enfim, propuseram medidas quase que sempre radicais ou até ingênuas demais. E apesar da falta de resultados que isso ocasionou, ou até mesmo dos desastres cometidos, esta prática parece continuar mais ativa do que nunca. Se você assistiu "Transpoiting" ou já usou o Orkut ("Se nada der certo eu viro hippie" é uma das comunidades com maior número de membros) sabe do que eu estou falando. É imposta uma lógica rasteira, absurda: se você não quer fazer parte do "sistema" e se sentar em frente a um televisor de 30 polegadas enquanto engorda comendo chips, então é melhor apresentar um comportamento dementado qualquer, vivendo na marginalidade, sujo, cheio de entorpecentes e fazendo "comunhão" com a Natureza.
Há muito mais opções quando não se quer viver no raso da cultura pronta. Dentre as várias possibilidades acredito que o conceito de vontade piagetiano é o que mais se afiniza com a proposta espírita: dispender energia para agir mediante o que se alcançou pelo conhecimento vencendo os apelos imediatos biológicos e culturais. Agindo pelo conhecimento e pela busca crítica da verdade existe sempre uma possibilidade mais efetiva de enquadramento com o sentido harmônico da vida, alcançando-se uma postura transcendente à cultura pronta de massa sem com isso precisar adotar um comportamento de Tarzan.

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