sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Linguagem Espírita

Existe uma série de palavras utilizadas pelos espíritas que tenho aversão. Algumas delas inclusive já as devo ter usado, até mesmo neste blog. Isto só prova que qualquer instituição possui um currículo oculto cujo trabalho pedagógico é capaz de formar de maneira implícita uma maneira de enxergar o mundo, liberando ou interditando o que pode ou não ser dito, ou como deve ou não ser dito. Os Centros Espíritas não fogem à regra e também nos condicionam pelo vocabulário um modo de enxergar a realidade.
Linguagem
Todas as palavras são carregadas de sentidos socialmente construídos. Os vocábulos que utilizamos mediam a realidade em que vivemos oferecendo um sentido para nossas existências.
Arcaico
Uma das palavras que me causa ogiriza e que é muito utilizada pelos espíritas é seara. Não sei o motivo pelo qual ela me irrita tanto. Talvez seja implicância. Mas talvez seja porque ela carrega todo um ranço arcaico de vocabulário espírita que não permite o Espiritismo em evoluir no tempo e espaço.
Aderência
Os jovens chegam aos Centros Espíritas com algumas necessidades e expectativas e as vezes as propostas escolhidas não fazem aderência com suas vivências. Falar em seara com alguém que têm uma linguagem ultra rápida e dinâmica é no mínimo improdutivo.
Dos males o menor
Entretanto há um mal maior na insistência de termos já ultrapassados por alguns segmentos espíritas: a insistência no decadente que impede a renovação. Enquanto a ciência e a filosofia falam em complexidade, transdisciplinaridade, ética planetária, os Centros Espíritas falam em quê?
Sagrado;
Divino;
Jubiloso;
Paraíso;
Seara.
Pensemos que visão de mundo encerram estes termos.

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