Quando desencarnados nos propomos, ao encarnar, a realizar uma série de transformações internas com o fim de nos revelarmos a nós mesmos cada vez mais. Mas, se este processo fomenta nos conhecermos em profundidade cada vez maior, sendo portanto uma ação interior, qual a necessidade que temos de encarnar e conviver com os outros?
Quando encarnados passamos à esfera do tempo e, nessa condição, nos tornamos altamente decadentes, no sentido que a partir do momento em que nascemos já estamos nos degradando e morrendo, nos tornando, assim, extremamente dependentes uns dos outros. E é nessa interdependência com os outros que expressamos alguns dos valores internos que alcançamos ou nos mobilizamos para expressar aqueles que ainda não conquistamos. Desta forma, o amor é um sentimento que só existe numa relação, é resultado e propriedade emergente da trocas entre indivíduos singulares. E embora o amor surja em decorrência do encontro com o outro, o seu entendimento, seu alcance e materialização depende do autoconhecimento de cada um e da autodisciplina particular para sua efetivação.
Desta forma, cada um reencarna com uma missão particular de efetivar mais amplamente o que alcançou e de se disciplinar para aperfeiçoar aquilo em que é limitado. Sendo assim, não há missão fechada. Cada um pode corrigir sua rota no decorrer do caminho, havendo uma missão genérica a todos: ser feliz fazendo os outros felizes.
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