Algumas coisas são curiosas. Se pegarmos alguns dados indicativos do IBGE no Brasil colhidos nos inícios dos anos 2000 iremos encontrar dentro de um universo de quase 170 milhões de habitantes apenas pouco mais de 2 milhões de espíritas confessos.
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Este fato se torna ainda mais curioso se observarmos a relevância que tem o Espiritismo em nosso país, desde o número de publicações as mais variadas possíveis (uma grande parte de qualidade discutível), passando pela quantidade de Centros Espíritas e o espaço com o qual suas temáticas ocupam algumas mídias. Também é válido lembrar que recentemente um filme de qualidade pífia e enredo frágil e cambaleante, "Bezerra de Menezes", pelo simples fato de possuir um caráter pretensamente espírita atingiu boas audiência apesar de suas limitações orçamentárias e suas deficiências de divulgação.
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Os brasileiros quando questionados em pesquisas mais informais sobre a crença na reencarnação surpreendem nas respostas, sendo o Brasil um país de maioria católica: mais de 50% acreditam neste fenômeno.
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Diante desta situação só nos resta perguntar e entender o motivo pelo qual há poucos espíritas manifestos num país em que as idéias e conceitos espíritas estão tão disseminados. Muitas são as explicações: a herança católica que condiciona boa parte a se afirmar como católico mesmo que não saiba mais o que é frequentar uma missa; o sincretismo em nosso país que faz com que não exista muito bem definido para o praticante de determinada religião quais os pressupostos de sua crença, podendo haver, assim, católicos reencarnacionistas; o status fundante católico que se manifesta em quem produz pesquisas de opinião pública inconscientemente manipulando a pergunta para obter o resultado católico; o preconceito e o constrangimento que ainda inibem algumas pessoas de se afirmarem espíritas.
Podem existir vários outros motivos que expliquem um número tão tímido de espíritas em solo brasileiro. Mas o resultado do IBGE também pode sugerir outras reflexões. Pode-se imaginar que já que tão poucos tem a coragem de se manifestar espíritas, estes seriam, pelo menos, convictos e fundamentados na crença. Ou seja, se não há força quantitativa pelo menos existe qualitativa. Nada mais falso! Eu chego a pensar que grande parte dos espíritas declarados chega a descontribuir para o próprio Espiritismo, haja visto suas manifestações e expressões completamente incoerentes com o propósito espírita. Diante disso resta fazer um apelo para aqueles que levam os objetivos espíritas a sério a se manifestarem coerentemente aproveitando uma certa aceitação de alguns conceitos do Espiritismo pelo povo brasileiro para crescer - e aí sim - quantitativamente e qualitativamente.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
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Um comentário:
O problema de ser ou não espírita está na mentalidade das pessoas. Nós espíritas devemos trabalhar o espiritismo com os valores q nós assimilamos para um desenvolvimento de mentalidade. E evitar de se apegar a dados de IBGE, evitando assim q nossa forma de religiosidade se transforme em campanha política para ver qual é o melhor.
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