quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Espiritismo e Processo Adaptativo

Adaptação não significa de maneira nenhuma processo de passividade e comodismo. Em muitas situações o mecanismo adaptativo é extremamente desconfortável e oposto à situação cômoda que se vive, porém, proporcionando sempre um estágio posterior de evolução.
Muitas pessoas ao ouvirem que têm de se adaptar a algumas situações imaginam que devem simplesmente aceitá-las como são e se conformarem a elas. Nada mais falso. Adaptar-se requer um trabalho interno intenso predispondo cada um a superar as adversidades externas e se equilibrarem harmonicamente com elas.
Como exemplo pode-se imaginar alguém que num acidente perde um membro como a perna. A pessoa depois de algum sofrimento pode aceitar a situação e acomodar-se a ela, abandonando completamente as atividades das quais dependia da perna, adotando um discurso de que as coisas são como são, periodicamente lamentando sua condição. Isto não é adaptação, pois a dor e sofrimento em si não significam aprendizado e evolução. Elas proporcionam e podem despertar a construção de conhecimento, mas para isso as pessoas têm de estar dispostas a se adaptarem. E adptar-se significa construir novos comportamentos que permitam a superação da deficiência apresentada. É o caso das pessoas que, ao perderem uma perna, buscam aprendizados com próteses e outras alternativas para poderem, na medida do possível, continuarem a desempenhar as mesmas funções de outrora. Evidente que o modo de desempenhar as tarefas não será o mesmo, mas o que permite continuar a realizar as atividades, independente da maneiram, é o processo adaptativo.
O Espiritismo entende que o nosso processo reencarnatório proporciona que desempenhemos diversas atividades de diversas maneiras sempre nos provocando a construção de novos conhecimentos pelo mecanismo adaptativo. As experiências diversificadas que a reencarnação proporciona exige de todos nós uma transformação permanente de novos comportamentos, possibilitando a cada um maior domínio de si e do espaço a sua volta. Mas, a experiência em si não significa o conhecimento. Este é resultado de nos adaptarmos às experiências. Nem todos numa sala de aula fazem a mesma leitura e produzem os mesmo comportamentos. Depende do alcance, interesse e esforço individuais. Por isso uns adiantam-se mais do que outros. Por isso evolução é adaptação.

2 comentários:

Mel Gama disse...

Vim à procura do texto escrito por vc na revista Ser Epírita: Facilidades que Destroem. Eu tenho 47 anos, tenho um filho de 21 e passei e venho passando por tudo que vc descreveu ali. Sou espírita, vou às euniões, faço minhas preces e procuro divulgar a Doutrina de forma sutil em minha pagina. Entretanto, com relação à matéria, me vejo num problema sem solução pq, apesar de saber que fiz tudo (ou grande parte) errado (sobre a criação do meu filho), hj eu não sei como consertar isto. :(
Um grande abraço e fique com Deus
Mel

Guilherme Knopak disse...

Prezada Mel Gama
Primeiramente acredito que não devemos nos culpar pelos erros cometidos. Em cada momento de nossas vidas nos encontramos em um estágio de entendimento e alcance das coisas, de modo que estaremos sujeitos a cometer muitos erros. Reconhecer os erros passados é importante para reavaliarmos posturas atuais e melhorá-las para o futuro. Mas não se deve remoer erros e se martirizar por tê-los cometidos. Apenas cuidar e se disciplinar para não repetir os mesmos erros.
Com relação ao seu problema acredito que, dentro do possível, ainda é possível uma recuperação. O importante é procurar fazer o seu melhor e não se prender tanto a resultados imediatos, exercendo sempre a paciência e a fé. Um trabalho seguro, gradual e construtivo pode ir, aos poucos, proporcionando melhoras.
Abraços e conte comigo ma medida do meu possível.