segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A Dúvida e a Fé

Não há nada mais saudável do que, vez ou outra, questionar a própria fé, as próprias crenças. Em alguns momentos dolorosos questionamos tudo aquilo em que acreditamos, refletindo se nossa visão de mundo, nossa expectativa com relação ao porvir faz algum sentido. Quando nos deparamos com estas situações podemos tomar alguns posicionamentos benéficos:

- procurar da forma mais crítica, flexível e aberta possível se os fundamentos da nossa crença são consistentes. As vezes percebemos que os argumentos de nossa crença já não nos satisfazem mais, de modo que procuramos averiguar se existem outros argumentos mais profundos que satisfaçam nossa fé. Se não encontrarmos podemos construir novas visões de mundo e buscar por explicações que nos sejam mais plausíveis e mais funcionais para nossa existência;
- no caso de aprofundarmos os argumentos que embasam nossa fé, conseguimos deixá-la mais fortalecidae, amparada numa base mais racional.

Desde que promoveu a codificação da Doutrina Espírita pelo Espiritismo, Kardec sempre defendeu arduamente que a nossa fé deveria poder encarar frente a frente a razão em todas as épocas e espaços. Portanto, a dúvida não é sinal de fraqueza ou falta de convicção. Mas uma aliada no processo de fortalecimento de nossos posicionamentos, de modo que não há nada como um permanente processo de questionamento para nos fazer crescer.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Espiritismo e Processo Adaptativo

Adaptação não significa de maneira nenhuma processo de passividade e comodismo. Em muitas situações o mecanismo adaptativo é extremamente desconfortável e oposto à situação cômoda que se vive, porém, proporcionando sempre um estágio posterior de evolução.
Muitas pessoas ao ouvirem que têm de se adaptar a algumas situações imaginam que devem simplesmente aceitá-las como são e se conformarem a elas. Nada mais falso. Adaptar-se requer um trabalho interno intenso predispondo cada um a superar as adversidades externas e se equilibrarem harmonicamente com elas.
Como exemplo pode-se imaginar alguém que num acidente perde um membro como a perna. A pessoa depois de algum sofrimento pode aceitar a situação e acomodar-se a ela, abandonando completamente as atividades das quais dependia da perna, adotando um discurso de que as coisas são como são, periodicamente lamentando sua condição. Isto não é adaptação, pois a dor e sofrimento em si não significam aprendizado e evolução. Elas proporcionam e podem despertar a construção de conhecimento, mas para isso as pessoas têm de estar dispostas a se adaptarem. E adptar-se significa construir novos comportamentos que permitam a superação da deficiência apresentada. É o caso das pessoas que, ao perderem uma perna, buscam aprendizados com próteses e outras alternativas para poderem, na medida do possível, continuarem a desempenhar as mesmas funções de outrora. Evidente que o modo de desempenhar as tarefas não será o mesmo, mas o que permite continuar a realizar as atividades, independente da maneiram, é o processo adaptativo.
O Espiritismo entende que o nosso processo reencarnatório proporciona que desempenhemos diversas atividades de diversas maneiras sempre nos provocando a construção de novos conhecimentos pelo mecanismo adaptativo. As experiências diversificadas que a reencarnação proporciona exige de todos nós uma transformação permanente de novos comportamentos, possibilitando a cada um maior domínio de si e do espaço a sua volta. Mas, a experiência em si não significa o conhecimento. Este é resultado de nos adaptarmos às experiências. Nem todos numa sala de aula fazem a mesma leitura e produzem os mesmo comportamentos. Depende do alcance, interesse e esforço individuais. Por isso uns adiantam-se mais do que outros. Por isso evolução é adaptação.